sábado, 11 de fevereiro de 2017

Estende a mão e abre bem o teu coração

Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Representa uma ocupação, preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro (Leonardo Boff, 2000). Esta atitutde é a base de todo o processo de enfermagem.

Ser enfermeira numa UCIP é uma dádiva, uma missão…somos cuidadores, portadores de alegria, fé e esperança para as crianças e para as suas familias que deixaram muitas vezes de acreditar na vida.

É neste contexto de sofrimento intenso, que o papel dos cuidados paliativos pediátricos, e o trabalho de nós enfermeiros, revela-se de máxima importância, uma vez que é preponderante no acompanhamento destas crianças e famílias. Os principais objectivos são, aliviar e acompanhar as crianças e famílias no sofrimento do fim da vida, com um rigoroso e eficaz controlo de sintomas, promovendo a autonomia, a dignidade e restantes valores, maximizando o conforto e a qualidade de vida. A comunicação verbal e não verbal, cuidada e assertiva é um dos pilares do nosso cuidar diário. A criação de uma relação de confiança com estas familias e com as crianças é benéfico para a prestação de cuidados de excelência. Um rigoroso planemaneto de cuidados, a articulação entre prestadores e o trabalho em equipa é o nosso dia-a-dia.

Proporcionar um ambiente familiar mas com tratamento hospitalar é o que caracteriza esta unidade. Toda a atenção é-lhes oferecida…este é o reino encantado das nossas crianças onde todos os dias são dias de alegria. O prazer de receber um sorriso deles, um gesto de contentamento, um toque é a melhor recompensa que nós, profissionais, podemos obter .
Por todos estes motivos digo que, trabalhar neste serviço é ter a capacidade de diáriamente estender a mão a estas famílias que merecem o nosso apoio, atenção e acompanhamento, pois são parte integrante do nosso cuidar, sendo muitas vezes esquecidas pela sociedade; e  abrir bem o coração a estes meninos que merecem viver intensamento todos os dias.

Com isto, deixo-vos o seguinte excerto, que conclui a minha reflexão:

“A borboleta não vive muito. Mas nesse pouco tempo, ela transforma muitas vidas. No pouco tempo de vida, ela poliniza as plantas, embeleza a natureza e deixa as pessoas mais felizes. Ela é um exemplo de que a vida não se mede só em tempo. A vida também se mede em intensidade”.

Ana Luísa, Enfermeira do KASTELO


Sem comentários:

Enviar um comentário